


Olá Mauro. Quanto tempo hein! Estava sumido? Não te via faz um tempão!
...Por onde tens andado? Tudo bem contigo?
- Tá tudo! Já regressei há uns anos dos Estados Unidos!
…Uma especie de código…Estava Sumido…procurado, condenado, sabe-se lá, mas é melhor do que ser jurado daquele famoso festival de filmes…em canis, manja?Estava em “canis”.
Nem quis-me aprofundar no assunto, pois pra mim o Maurinho não tem papas na língua é e capaz de dizer, na verdade falaria mesmo, pode apostar, desconversei…O que é que você anda fazendo atualmente? Digo que tipo de negócio faz para ganhar a vida? Onde trabalhas?
- Por minha conta. Tenho três ourivesarias. Vendo e compro ouro e diamantes.
Fiquei um pouco surpreendido ao perceber como um vendedor de carros usados, um “macaqueiro” e (inexperiente), já tinha até tomado umas “canas” da Divecar…passou a proprietário de ourivesarias, ainda mais às de sucesso e bota sucesso, mas…
Enquanto conversávamos, o Maurão ia batendo com um belo maço de Dólares na perna, aguardando a sua vez para os trocar no doleiro,ali da praça da República, com a Sete de Abril, aquele amigopol...manja?
A primeira nota era de mil (daquelas que muitos de nós só viu quando nos foram apresentadas no filme de Tom Hanks…agarra-me se puderes…aquele do escroque, estelionatário internacional, personificando o bom vivant do Leonardo de Cáprio, aquele filme onde o Frank Abagnale Jr. , conhecido por ser o protagonista de Catch me if you can — lembram?
O filme é baseado em fatos reais, o filme conta a história de Carl Hanratty (Tom Hanks) e de Frank Abagnale Jr. (Leonardo DiCaprio). Hanratty é um agente do FBI que passou anos atrás de um famoso falsário que aplicava golpes em companhias aéreas, bancos, hospitais e enganava qualquer um quando bem entendesse. Frank Jr. Chegou a descontar 2,5 milhões de dólares em cheques falsos, magistralmente bem-feitos. Etc. e tal) Mas vamos ao Mauro, desculpe divaguei… desculpem-me!
O Mauro tinha uma bela quantia de grana no bolso…e não era só das verdes não tinha uns Euros ...Eu acho! e nem fazia questão de guardar ou de esconder.
O Mauro tinha sido meu colega de escola no grupo escolar Deputado Nelson Fernandes uma modesta escola de madeira, ali na cidade Vargas com apenas quatro salas de aula…bem o fato é que fomos falando da vida enquanto aguardávamos a nossa vez de sermos atendidos pelo doleiro. Dizia-me com alguma realização e brilho no olhar que a vida estava lhe - sorrindo, estava na verdade “chovendo na horta”. Palavras dele!
Comprava ouro e diamantes usados.
Mauro usava roupas simples (desleixada até) nunca foi de usar grife, na verdade até detestava-as… e ele mesmo me chamou a atenção para esse fato. Não usava relógio, rolex, nem pensar...Assim, não tinha problemas em ser assaltado, e nem muito "pepino" se tomosse uma "trombada" dos tiras do Deic, palavras dele!...uma vez que lidava com quantias avultadas de dinheiro.
E por estar sempre vestido, quase como um molambo…não fazia alarde e nem chamava a atenção do “amigo do alheio” e nem dos "canas"...esse Mauro!...
Depois de ele ser atendido, e sair...E porque o gerente é meu amigo, manifestei a minha estranheza sobre o tipo de negócio da compra e venda de diamantes e ouro usados. Afirmei mesmo que não entendia como que pessoas, mesmo tendo tão pouco dinheiro, ainda manifestassem o interesse em adquirir ouro usado. Mauro abriu um largo sorriso e foi-me explicando o que sabia sobre o “negócio” e qual a sua principal finalidade.
Dizia ele – “Na verdade, tem gente pra danar, se desfazendo de seus pertences…é a crise…Gente da (classe média alta), até dos ricos…que por dificuldades financeiras, caia na sua lábia.
E nota-se, ultimamente, uma grande quantidade de “agenciadores” que servem de intermediários (tipo o Mauro) a outros comerciantes que são os verdadeiros interessados no negócio de compra e venda de diamantes e de ouro, tudo usado! tem uns que montam uma banca defronte a agencia central da Caixa Econômica Federal, ali na praça da Sé e são eles que fazem chegar o produto final até empresas no estrangeiro, que apesar de eu ter perguntado, esquivou-se e não disse onde, em qual país, qual empresa ou empresas, fez ouvido de mercador o Mauro., estas empresas explicava ele, por sua vez, o comercializam no mercado Asiático e América Latina”.
Saí para a rua. Fui sentido ao metro e o Maureca foi, sei lá se perdeu na multidão, escafedeu-se...Talvez por ainda vir a pensar no assunto, fui olhando e encontrando em cada rua que passava, na rua Direita, no largo do Paiçandu, com ambas placas Paiçandu e Paissandú…via se os letreiros com as palavras “COMPRA VENDA DE OURO USADO”.” COMPRO OURO, PAGO BEM” …Sabe eu nunca tinha reparado até hoje que a cidade está meio diferente e no lugar das lojas dos chineses, temos um “gênero de ourivesarias”, quase sem mostruário para exposição de produtos, onde o mais importante é o enorme letreiro. Quase todos em Amarelão!.
Pensei, o Mauro não tem jeito mesmo, receptação brava…credo!
sai de fininho e menti o número do celular...! fui.
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