
Boa noite….
Não…. Não estou tentando ser um “escritor”…. Antes pelo contrário, tentando cumprir com o que prometi a um “grande” amigo, que por sinal até é “tira”….
Não vou nem escrever ou comentar a actual situação das forças policiais…. Isso acho que toda a gente já sabe, já se apercebeu no dia a dia e constatou a veracidade dos factos…. A policia cada vez tem menos “poder” ou autoridade e... direitos (?) perdeu muitos…
Não, antes pelo contrário, vou tentar suavizar a actualidade e no fundo, transmitir que afinal de contas, o “erro” vem de níveis superiores…
A história é verídica e passou-se num pequeno país à beira mar plantado, com um clima ameno e um povo sereno…
Um dos muitos membros da nossa sociedade, ainda que mal vestido e com a barba por fazer, passeando por um parque de estacionamento, apercebe-se de um veículo que ele tinha um profundo desejo de possuir, ainda que não tivesse possibilidades disso. Nada mais nada menos que um BMW 535 TDI, último modelo…. Hummm…. Mesmo ali à mão de semear.
Munindo-se dos seus parcos haveres – 125 chaves de diferentes marcas de automóveis, vareta de entroncar fechaduras, 15 chaves de fendas de diferentes tipos, cartões multibanco para alguma porta mais renitente, computador portátil com o último software para “enganar” as chamadas centralinas dos automóveis última geração - enfim toda a parafernália que acompanha o bom ladrão…. Perdão, o pobre necessitado, pois como diz o velho ditado, “só é roubado quem tem, só rouba que necessita”, mete mãos à obra e vai daí que se vê sentado ao volante de tão almejado veículo.
Ainda não tinha acabado de pôr o motor em marcha e já aparece a Polícia?....
“Boa tarde, os seus documentos e os da viatura, por favor.”
“Que merda, o dia já começou mal pois nem almocei, não tenho nem os meus documentos nem os da viatura”….
Resultado, viatura apreendida, ele vai para o posto de polícia e de seguida é presente a um juiz pois tinha sido apanhado em flagrante delito.
“O senhor é fruto de uma sociedade cruel, que não vos dá oportunidades de vencer nesta vida difícil. Por isso, e por douto despacho, condeno-o a ir para casa e a apresentar-se todas as semanas no posto policial mais perto da sua residência (o chamado TIR – Termo de Identidade e Residência).
Bendita Justiça…. Tão compreensiva e humanitária. Louvados sejam os Magistrados!
E o tempo passou….
Noutro lugar da cidade, num qualquer pequeno bairro, num qualquer pequeno prédio, por mera coincidência, viviam um sexagenário aposentado e um jovem na flor da idade, com estudos mas desempregado, que ia fazendo uns bicos aqui e acolá e fumando uns “charros”….
Uma bela noite, o jovem ao entrar no prédio, viu o canto de um envelope a “sorrir” para ele, de dentro de uma caixa de correio.
Amor à primeira vista… Apaixonado, retira o envelope e “carinhosamente”, leva-o consigo para sua casa. No dia seguinte, embevecido, assinou o cheque que estava dentro do envelope, levantou a respectiva quantia e alegre e radiante, foi usufruir desta paixão….
Entretanto, o pobre sexagenário dá pela falta do envelope da aposentadoria e vai daí e apresenta queixa na Polícia….
Efectuada a investigação respectiva, descobrem que quem se apropriou do cheque, falsificou a assinatura do pobre sexagenário e gozou do dinheiro da aposentadoria do mesmo, foi o desgraçado do jovem desempregado e que até fumava uns charros…
Preso, foi presente ao juiz.
“Quem é o senhor, o que faz, o que não faz, etc., etc.” a retórica de sempre...
Coincidência:
- O juiz é o mesmo do caso anterior.
Coincidência:
- O sexagenário afinal até é o pai do juiz.
Resultado:
- O jovem ficou em prisão preventiva!!!!!
Coincidência, dualidade de critérios ou sentimentos envolvidos????
Não sei nem vou tecer comentários….
O certo é que é uma história verídica e passou-se num pequeno país à beira mar plantado, com um clima ameno e um povo sereno…
Mas que é verdade é…. “A Justiça que é cega é….”
Ou serão os seres humanos?
António