04/03/10 - 06h30 - Atualizado em 04/03/10 - 08h22
Só a mulher e policial sabe: como conciliar salto e maquiagem com armas e crimes
Ao todo, mulheres representam 17% da Polícia Civil e 5,4% da PM.
Saias-justa vão desde ciúmes em casa a preconceito no trabalho.
Da lavra de Alícia Uchôa Do G1, no Rio de Janeiro
Foto: Alícia Uchôa / G1

Tenente Julia Liers: sucesso no carnaval carioca (Foto: Alícia Uchôa / G1)
‘Queria ser preso por essa delegada. ’ Essa é apenas uma das frases que algumas policiais ouvem em sua rotina de trabalho. Cada vez ocupando cargos mais importantes na segurança pública, elas procuram dar exemplo de disciplina, garra e conciliação, e na tentativa demonstrar que saia, salto alto e batom podem conviver democraticamente com colete a prova de balas e coturno num guarda-roupa feminino.
A tenente da Polícia Militar do Rio, Júlia Liers, tinha 19 anos quando passou na prova para o curso de Oficial da PM, na Universidade do Estado do Rio de janeiro (Uerj). O dia a dia duro não a impede de se maquiar e lembrar o lado feminino por trás da farda. No último carnaval, ela ganhou fama ao virar rainha de bateria de escola de samba.
Instinto
“A mulher que se propõe a ser policial militar tem instinto diferente. Fiz a prova na época do vestibular. Na minha cabeça só vinham os méritos de ser policial, não vislumbrei os perigos da carreira. Os medos vêm de acordo com o que você vai vivendo”, pondera Júlia, de 25 anos, que namora um colega de profissão.

"Não vou sair sambando no quartel, né?", Júlia Liers"
“No trabalho, tento manter as minhas características. Quando as pessoas viram a notícia do carnaval, já esperavam isso de mim, sabiam que era a minha cara. Mas, claro, não vou sair sambando no quartel, né?”, brinca ela, que se formou numa turma que, de 115 alunos, apenas 10 eram mulheres.
Foto: Fred Abrantes / Divulgação SESEG
Helen Sardenberg: brincos, salto e maquiagem (Foto: Fred Abrantes / Divulgação SESEG)
Batom e salto alto
A delegada Helen Sardenberg de 34 anos, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática do Rio, começou a carreira estudando para concursos, fez a prova para delegado, mas assumiu o cargo já pensando na próxima prova para cargos públicos. “Não era o meu sonho, entrei pensando em continuar estudando, mas gostei tanto que acabei ficando”, lembra ela, hoje com oito anos de Polícia Civil.
Sempre que pode, lança mão de brincos, pulseiras e saltos. “Na delegacia, minha arma é a caneta, então, posso ir de saia, salto, batom... Mas, quando há uma operação, tiro. E não porque eu queira parecer um homem, mas não vou usar coisas que possam atrapalhar como um salto que não te deixam correr, um brinco que vá prender na roupa ou cabelo caindo na cara”, pondera. “Em algum momento, após uma operação, eu sempre parava tudo, ia ao banheiro, ajeitava o meu cabelo, nunca perdia a compostura”, entrega a delegada Denise Figueiredo.
Foto: Alícia Uchôa / G1

Quarteto fantástico da Acadepol: Sonia Moreno, Denise Figueiredo, Fabíola Willis e Jaqueline Diniz (Foto: Alícia Uchôa / G1)
Mulheres superpoderosas
Antes restritas a atividades meramente burocráticas, as mulheres hoje atuam em posições-chave na segurança pública. Entre elas, o comando de batalhões, Unidades de Polícia Pacificadoras (UPP) e academias de polícia.
Dirigida por pela delegada Fabiola Willis, com oito anos de casa, a Acadepol da Polícia Civil tem outras quatro diretoras gerindo setores específicos do órgão, que já preparam, para a semana que vem, comemorações pelo Dia Internacional da Mulher.
Em casa, os eventuais problemas com ciúmes de maridos e namorados são resolvidos com afinidades. Em sua grande maioria, elas são casadas com policiais militares, delegados ou juízes. “Acho que é comum eles terem ciúmes, mas não porque temos uma profissão com muitos homens. Em casa, a autoridade da mulher vira um problema pro homem”, conta Denise.
'Meu pai, “se pudesse, me levava e me pegava na delegacia’, Fabiola Willis”
“Conheço várias mulheres que terminaram relacionamentos depois que passaram pra polícia”, completa Fabiola, hoje casada com um delegado. Se, pela profissão, o marido foi fácil de dobrar, ela conta que, para seu pai, não foi fácil ver sua "menininha" andar armada.
“Ele ficou horrorizado, falou meia dúzia de palavrão. Mas logo depois tava me ajudando a comprar acessórios pra minha arma. Mesmo assim, no início, se ele pudesse me levava e me pegava na delegacia”, lembra ela, rindo.
Emoção à flor da pele
Doces quando convêm e leoas quando precisam, elas precisam aprender a lidar com situações que vão desde uma briga de vizinhos a crimes hediondos. Mas é quando chegam à casa que as cicatrizes emocionais aparecem.
MULHERES NA POLÍCIA
'No trabalho, “nunca coloco a emoção na frente da razão’, Jaqueline Diniz”
“Na hora, você nem sabe de onde tirou tanta força para lidar com alguns casos. Nunca coloco emoção na frente da razão no trabalho, mas é chegar a casa, fechar a porta e passar o dia inteiro deitada numa cama refletindo aquilo que eu vi”, admite a delegada Jaqueline Diniz.
Ela não é a única. Helen Sardenberg também conta que nem sempre consegue deixar o trabalho na delegacia, principalmente depois da maternidade. “No papel de mãe, tem coisa que mexe comigo, como casos de pedofilia, estupro de criança”, enumera ela, que conta com uma babá em tempo integral, para assumir seus dois filhos quando precisa sair às pressas, para assumir algum caso.
Foto: Montagem G1
As capitãs Priscila e Rosana comandam UPPs (Foto: Montagem G1)
Números
Na Polícia Civil elas são apenas 17% de todo o efetivo, mas entre os delegados, o número sobe para 23%. O preconceito, elas garantem, acontece mais no trato com a população do que com colegas de trabalho.

Na Polícia Militar, elas são ainda menos. Ao todo, são 2055 mulheres, representando 5,4% do total de policiais. Mesmo em número pequeno, hoje elas viram ícones com as capitãs Priscila Azevedo e Rosana Alves, comandantes das UPPs do Santa Marta e do Tabajaras, na Zona Sul do Rio e ganham força conta com as tenentes Kátia Néri e Sayonara do Vale, a frente dos batalhões de Barra do Piraí e Harmonia.
Poucas e boas da Polícia Militar do Estado de São Paulo, atual Força Pública do Estado de São Paulo, (Bota força nisso)...
Na Polícia Militar de São Paulo há 9067 mulheres trabalhando como policiais.
No serviço elas não são diferenciadas, e executam as mesmas tarefas dos homens.
O respeito e a admiração que a profissão oferece ao longo da carreira também são conquistas das mulheres.
Ainda somos a minoria dentro da Corporação, mas há um grande número de mulheres na Polícia Militar do Estado.
Elas já estão há 55 anos na Instituição.
Mulheres na polícia - Profissão de orgulho!
Publicado: Quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Da lavra de Jéssica Ferrari
Como é ser mulher e policial militar?
Itu.com.br
Mulheres que trabalham no 50º Batalhão de Polícia Militar de Itu
Por Jéssica Ferrari
Elas são oficias, trabalham fardadas, enfrentam longas rotinas e encaram qualquer missão. Assim é a vida das mulheres que escolheram como profissão, a carreira militar!
Ser policial já foi uma profissão só para homens, mas hoje seguir essa carreira também é uma escolha das mulheres, pois ao longo dos anos elas perceberam que muitas profissões podem, e devem ser exercidas por elas, como conta a Soldado PM Juliana Ferraz. “Quando criança admirava muito meu pai, que fazia parte do Regimento 9 de Julho (cavalaria), em São Paulo. Achava lindo o respeito e a admiração que a farda causava nas pessoas”.
Porém, quem pensa que ser policial é uma tarefa fácil, elas afirmam que não. “O trabalho de um policial é de extrema coragem, afinal defendemos a vida de pessoas que nem ao menos conhecemos, e muitas vezes com o sacrifício de nossa própria vida”, explica a Soldado PM Lucimara de Souza.
No serviço elas não são diferenciadas, e executam as mesmas tarefas dos homens. “Há muitos anos, quando foi criada a Polícia Feminina, tínhamos um trabalho diferenciado, mas hoje nós trabalhamos em qualquer lugar e exercemos todos os tipos de modalidade de policiamento”, afirma Lucimara.
O respeito e a admiração que a profissão oferece ao longo da carreira também são conquistas das mulheres, que superam qualquer discriminação e chegam aos postos mais altos da profissão. No 50º Batalhão de Polícia Militar de Itu, elas são dez mulheres, espalhadas em diversos setores e até na força tática! Já no estado de São Paulo, segundo a assessoria de Imprensa da Polícia Militar de São Paulo, há 9067 mulheres trabalhando como policias. “Ainda somos a minoria dentro da Corporação, mas há um grande número de mulheres na Polícia Militar do Estado. Já estamos há 55 anos na Instituição e há várias Oficiais femininas e Coronéis (posto mais alto da Polícia Militar), como a Coronel PM Fátima Ramos Dutra, do Comando de Policiamento do Interior – 7, em Sorocaba, que comanda 79 municípios da região e por conseqüência, milhares de homens”, comenta Juliana Ferraz.
Além das tarefas do serviço, elas possuem suas rotinas normais, com atividades familiares e até educacionais. “Além de ser policial, sou mãe, esposa, dona de casa e universitária”, conta a 1º Tenente PM Viviane Cuenca. Mas são fardadas que elas se sentem completas. “Sinto-me competente no trabalho que desempenho, e tenho orgulho da profissão que escolhi”, afirma a Cabo PM Sandra Regina Guilger.

Mesmo com as dificuldades desse trabalho, elas encaram as atividades com muito profissionalismo e orgulho, e sem perder o charme de ser mulher, demonstrando que para fazer essa escolha, não é preciso deixar de ser feminina, ou desistir de ter uma vida normal, apenas é preciso se identificar, e ter orgulho do que faz! “Sou bastante vaidosa e a profissão exige que estejamos sempre maquiadas, unhas feitas, com boa aparência, afinal lidamos com o público”, finaliza a Cabo PM Luisa Bandeira.
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Ligeirinho, agora com balas traçantes aqui no Vietnã...de cara para o Morumbi ,muito chique...
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